A universitária que atropelou e matou três pessoas disse durante audiência na segunda-feira (28) ter sido pressionada por um delegado a dizer que bebeu vodca e cerveja. Segundo ela, o delegado estava com pressa e “atordoada” no primeiro depoimento. Amanda Cruz da Silva, havia admitido ter bebido nos depoimentos dados no 30º DP, logo após o acidente, e no 34º DP, para onde foi transferida no dia seguinte.
O advogado de defesa da universitária, Chagas Alves, disse ter sido pego de surpresa com a denúncia sobre a pressão sofrida na delegacia. “Mas o que ela disse foi o que as próprias testemunhas nos disseram, que ela não bebeu vodca”, destacou o advogado em entrevista à TV Diário. Por não lembrar do nome do delegado, Amanda teve de descrever o policial para que a denúncia fosse apurada.
Ainda durante a audiência, a jovem de 19 anos admitiu ter ingerido remédio para convulsões às 18h do dia anterior ao acidente, ou seja, dia 16 de março. Ela disse não lembrar mais da versão em que afirmava desviar de um buraco e declarou apenas ter perdido o controle quando por causa de uma moto.
A promotoria afirmou que vai manter a acusação de dolo eventual, um crime em que “não há” intenção de matar, mas o motorista assume o risco. “Existem elementos ainda para o dolo eventual, vamos analisar o contexto das provas e tudo”, afirmou o promotor Humberto Mota.
A universitária permanece presa no presídio feminino Auri Moura Costa, onde já está há 42 dias. Mesmo com os testes de embriaguez negativos, a Justiça negou o pedido de liberdade. O acidente foi no dia 17 de março, no Bairro Cajazeiras. Morreram Marcilene Silva Maia, que estava gávida, e a filha Ana Rafaela e o economista José Flávio Bezerra.
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