Waldomiro Távora reagiu irritado às acusações do prefeito.

Falta pouco mais de um mês para o início do ano eleitoral  de 2012, mas o clima político no município de Mombaça, a 296 quilômetros de  Fortaleza, já carrega o acirramento típico das temporadas de caça ao voto.
Como pano de fundo, uma série de denúncias de corrupção contra o prefeito  Wilame Alencar (PSD), que, por sua vez, acusa o grupo ligado ao atual presidente  do Tribunal de Contas do Estado, Valdomiro Távora, de persegui-lo.
A troca de acusações pode ir parar na Justiça. O prefeito e mais 12 pessoas,  entre servidores e empresários, foram denunciadas pelo Ministério Público  Estadual (MPE) por suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de  dinheiro.
De acordo com o Órgão, a empresa escolhida para executar obras de  pavimentação em Mombaça – a Construtora Nordeste – recebeu verba sem, no  entanto, ter feito o trabalho.
O MPE aponta, ainda, que várias notas fiscais frias foram emitidas para  justificar os gastos do Executivo e que algumas das firmas que participaram da  licitação tinham os mesmos sócios ou responsáveis técnicos. O Ministério Público também afirma que um cheque de R$ 21 mil que, em tese,  deveria ter sido pago à Nordeste, foi parar no caixa de outra empresa, a Penta  Pneus, que não prestou serviços à Prefeitura de Mombaça e cujo proprietário,  segundo o MPE, foi um dos principais apoiadores da campanha pela reeleição de  Wilame, em 2008. Caráter político?
O prefeito alega que o repasse do cheque à Penta Pneus ocorreu após “erro  administrativo” da Prefeitura, que teria emitido o pagamento sem especificar  nominalmente a Nordeste. O fato de o dinheiro ter ido para a empresa de um de  seus apoiadores não passaria de “coincidência”. Sobre as suspeitas na  licitação, Wilame alegou não poder tomar conhecimento de todos os processos e argumentou  que tudo passou pelo crivo da Caixa Econômica. As denúncias, segundo ele, têm  caráter político.
“A campanha de 2012 já está nas ruas desde julho. A elite da cidade, ligada  ao presidente do TCE, nunca se conformou com minha vitória”, disse Wilame, que  derrotou o irmão de Valdomiro em 2008.
Demonstrando irritação, o chefe da Corte de Contas classificou o prefeito  como “irresponsável” e ameaçou “recorrer de usos legais” para que Wilame prove  seu envolvimento nas denúncias.
“A última vez que estive em Mombaça foi há um ano. Por que meu nome envolvido  nisso? Tudo partiu do Ministério Público”, afirmou.




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