Entre dinheiro de seguros e indenizações, foram roubados R$ 631 mil.
Três advogados já foram presos; um deles está em Brasília (DF).
Uma operação, denominada "Trairi Limpo IV", prendeu três advogados na
manhã desta quarta-feira (28), dois em Fortaleza e um na cidade
deTrairi, suspeitos de formação de quadrilha e 21 crime de apropriação
indevida de indenizações de clientes, estimadas em mais de R$ 631 mil.
Segundo a titular da delegacia da cidade de Trairi, que coordena a
operação, Martha Reis, foram expedidos quatros mandados de prisão
preventiva por meio do Ministério Público Estadual (MPE). “A quarta
advogada está em Brasília, por isso ainda não foi presa”, disse a
delegada.
Martha Reis explica que, como as cidades do interior do Ceará não
contam com defensores públicos para atender a população de baixa renda, a
Prefeitura de Trairi havia disponibilizado quatro advogados para atuar
gratuitamente nos casos requeridos pela população.
Segundo a delegada, quando os clientes solicitavam ajuda para conseguir
dinheiro de seguros e indenizações, o grupo dava encaminhamento ao
processo e, depois de um tempo, afirmavam que haviam obtido apenas
sucesso parcial na conclusão dos processos. “Mas, na verdade, eles
ficavam com o dinheiro que deveria ser repassado para os clientes”,
destaca. As apropriações chegam a até 90% em alguns casos de
indenização.
“Não existem dúvidas quanto a formação de quadrilha e da participação
deles no desvio dos R$ 631 mil. Por isso foi pedida a prisão preventiva e
não a temporária”, afirma a delegada.
Reicindentes
Martha Reis também destaca que três dos advogados já haviam sido detidos em setembro deste ano, na operação "Trairi Limpo II", por estarem envolvidos no escândalo de desvio de verbas públicas na cidade de Trairi. Na ocasião, o representante do MPE, Igor Pereira, afirmou que as investigações revelavam desvio de R$ 20 milhões entre 2010 a 2012, na cidade.
Dois deles, segundo o MPE, são investigados também pela atuação ilegal
de Associações Nacionais de Defesa do Consumidor em Trairi, fato apurado
perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que resultou no
afastamento liminar do juiz Nathanael Cônsoli em 4 de setembro deste
ano.
Segundo o promotor, prefeito, vice-prefeito, secretários, procuradores
jurídicos, advogados e membros de comissões de licitação eram suspeitos
de participarem do esquema. Todos tiveram a prisão temporária, ou
preventiva, decretada. Esta é a quarta operação do MPE, em parceria com a
Polícia Civil, que é ralizada em Trairi, desde setembro.
Nenhum comentário: